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terça-feira, 1 de abril de 2014

Dicas de Interpretação Parte 8: CLÉRIGO!!!!!!!! por Mestre Morfeu

Salve Nerdaiada



Eu havia prometido que a próxima postagem seria sobre a classe Guardião, mas devido uma necessidade didática para alguns alunos da oficina, vou falar primeiro sobre o Clérigo, que parece um personagem fácil, mas não é...


Caso não tenha visto as anteriores:

Parte 1:  Ladino

Parte 2: Magos ou Superinteligentes

Parte 3: Guerreiro

Parte 4: Patrulheiro

Parte 5: Paladino

Parte 6: Bárbaro

Parte 7: Bardo

O que é um clérigo??

"(clé.ri.go)
sm.
1. Pessoa que pertence à classe eclesiástica; membro do clero.
2. Pessoa que recebeu ordens sacras
3. Sacerdote cristão.
4. Aquele que foi iniciado nas ordens sacras pela tonsura dos cabelos."

http://aulete.uol.com.br/cl%C3%A9rigo

Segundo esse definição, um clérigo é alguém que pertence a um grupo, a uma instituição religiosa, alguém que realiza trabalhos para a religião, ou seja, um servo de sua divindade.
A palavra esta ligada ao cristianismo, mas no universo D&D (ou medieval fantasioso) que é politeísta, o termo é usado para qualquer aventureiro que é servo de algum deus.



Como interpretar um Clérigo???

A maioria dos jogadores, acham que tem uma interpretação padrão para os clérigos, basta apenas olhas as descrições/dogmas da divindade e se comportar de acordo com o descrito, pois está ERRADO!!!!!! 
Para você entender como será a interpretação do seu clérigo, você deve voltar as origens do seu personagem.

Como Nasce um clérigo?

Primeiro você tem que entender que um clérigo não nasce clérigo, ele aprende e depois acredita. Então a questão é, como a personagem se formou como clérigo??? Normalmente os clérigos vivem ou trabalham em templos religiosos (ou coisa do tipo), então vamos analisar as possibilidades que fazem alguém morar ou trabalhar tal local:

O personagem vinha de família pobre, e foi para templo como uma oportunidade de sobreviver.
O personagem foi abandonado pela família (ou único sobrevivente dela) e foi acolhido pelo templo.
O personagem tinha outras opções de vida, mas escolheu a vida religiosa.
Ou é filho ou parente de algum clérigo.

Nota: Essas quatro opções não são regras, são só as quatro motivos mais comuns, seu personagem pode ter uma quinto motivo.


Educação Clériga

Depois que o personagem recebe os dogmas religiosos, ele precisa aceitar completamente esses pensamentos, ou seja, ele precisa acreditar, ter fé naquela crença para se tornar definitivamente um clérigo. Para que o personagem comece a acreditar nesses dogmas, há quatro formas:

Ele passa por uma espécie educação severa ao ponto de não conseguir pensar no contrario (como é feito hoje em dia).
 Ele passa por uma lavagem cerebral, ao ponto que sua mente ficar alienado (como é feito hoje em dia).
Lhe são apresentados todos os argumentos, que fazem sentido convencendo o personagem (como deveria ser feito hoje em dia).
Ou (o que eu acho que é mais legal e indico) o personagem encontra uma divindade, ou um fenômeno, ou um sinal divino, algo que prove a existência do além (o que faz mais sentido para o jogo com uma liberdade poética), para o personagem acreditar em sua nova crença.


Atenção, é agora que é a chave do personagem: O dogma que ele ira aprender, terá de fazer sentido com as experiências vividas do personagem. Por exemplo: Faz mais sentido um camponês acreditar no deus do sol, do que alguém que vive na floresta selvagem. Faz mais sentido um bárbaro acreditar em um deus da guerra, do que acreditar no deus da ordem. E assim por diante.

Segundo a visão do personagem, o deus e seus dogmas, são as respostas para os problemas encontrados perante suas experiências vividas. Ou seja, o personagem vê os feitos e os ideias de seu deus, como um exemplo a ser seguido, assim o comportamento e pensamento do personagem, assim que ele for considerado um clérigo, serão de acordo com os ensinamentos de seu deus.      

Religião nem sempre significa fé cega, as vezes o personagem simplesmente compartilha da opinião de seu deus, ou se senti mais confortável falando daqueles ideias. Claro que não podemos descartar que a política, eventualmente usa as religiões como manobra de controle de massa, fazendo lavagem cerebral no posso. Seu personagem pode ter sido um desses.


Interpretações dividas.

A partir do momento que o deus não está presente, normalmente suas mitologias sofrem diversas interpretações, logo seu personagem pode ter aceitado os dogmas de algum deus, devido a interpretação especifica que ele teve, sendo até, possivelmente uma interpretação deturpada que alimentará e enriquecerá a interpretação do personagem.
Por exemplo, pode ter dois clérigos do deus da Justiça, mas cada um tem sua interpretação. Um acredita que justiça é penalizar os criminosos, enquanto outro pode acreditar que justiça é executar os criminosos. 
Qual esta certo?... Vamos deixar essa discussão para uma próxima vez!!!

Para os Clérigos que seguem deus do malignos, são as mesma coisa. Ai você vai questionar o que é ser bom ou ruim. Por exemplo um clérigo que segue um deus maligno pode acreditar que está sendo "bom" para o seu deus. E ai o que significa ser bom para um deus maligno, fica a seu critério refletir e interpretar isso.

Considerando os fatores, história do personagem + crença abordada + interpretação que seu personagem teve, resulta em possibilidades diversas na criação e interpretação do seu clérigo. Ou seja, não há uma "interpretação padrão" para o clérigo.




Em grupo/Jogabilidade

Depois que seu personagem é finalmente um clérigo oficial, a princípio, sua função é passar a palavra divina, manter a ordem da organização dos clérigos e do local que reside. Contudo, como já expressado anteriormente o clérigo é o sacerdote que só vai para onde o bicho esta pegando, ou seja, conflitos e guerras!!!!!!

O seu personagem em grupo de aventureiros ou em um grupo militar, sua função não é ser o líder ou ser o guerreiro, sua função prioritária é servir e atender as necessidades do grupo.
Rpgísticamente, as habilidades do clérigo envolve capacidade de cura, como um curandeiro, ou apoiando os aliados em combate, como um conselheiro de guerra segundo a vontade de seu deus.
Ou seja, o clérigo tem uma jogabilidade de um personagem de apoio, mas se haver necessidade do grupo como a ausência de um líder ou guerreiro, o clérigo tem total capacidade de assumir e guiar o grupo, ou ser um campeão de batalha.


Como explicar os poderes do poderes do clérigo?

Depende também do cenário que você estiver jogando, mas serão mais ou menos esses motivos ou a critério de sua interpretação: Ou  o clérigo tem poderes devido ao seu desenvolvimento espiritual, ou ele faz essas façanhas com a autorização de um deus, ou ele conjura o poder de algum deus.
Por exemplo o Thor da Marvel, tem seus poderes segundo a autorização de Odin. Se em algum momento Odin quiser, ele pode anular os poderes do Thor.

No entanto, no caso do D&D tem uma complicação para personagens que segue deuses malignos, por uma das principais habilidade do clérigo ser "afastar mortos-vivos" o que subentendesse que é uma habilidade derivada de um deus bom (não faria sentido um deus bom conjurar mortos-vivos para lutar contra um clérigo do mal :&), assim cabe a você e seu narrador discutirem sobre isso e encontrarem uma opção mais adequada.


Considerações Finais...

O clérigo pode ser um personagem simples, mas ao mesmo tempo pode ser um personagem fundamental numa campanha. O personagem que passou anos se dedicando a uma causa, tem sua maior força na fé, eventualmente conhecido como a pessoa dos milagres.
A meu ver na idade média, na ausência da ciência, os reis e povos consultavam oráculos/clérigos buscando conselhos, logo em minhas narrativas, os clérigo tem enorme peso interpretativo. Mas não fiquem triste caso o clérigo não ser o personagem mais poderosos do jogo hahahah


Outros exemplos de clérigo 




Espero ter ajudado. Dúvidas ou sugestões, deixem nos comentários para continuarmos as discussões.

Um abraço a todos!!!

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