Outro dia o Morfeu me disse um comentário sobre o Quadrinho no Brasil serem mais Maurício de Souza e não ter quadrinhos de super-heróis no brasil.
Quando fazemos nossos personagens pra jogar supers ou outro jogo parecido, nos inspiramos nos personagens americanos, animes, às vezes até deixando puxando muito pro lado de lá.
Realmente Maurício é o cara quando se fala em quadrinhos no Brasil, e também Ziraldo ou quem mais que faça pra crianças. Mas analisando e resumindo a coisa, eles apenas pegaram o nicho que tinha mais chance de dar certo aqui, quadrinhos infantis! Claro que era o que eles gostavam, faziam melhor e investiram nele.
As editoras daqui preferem investir em material de fora, afinal, se fez sucesso lá fora vai ser garantido aqui é o pensamento. Investir em material daqui sem garantias é arriscado demais para eles. Quadrinistas que querem ver seu trabalho no papel muitas vezes tem que tirar do próprio bolso o que pede mais paixão pela coisa do que esperança de retorno financeiro rápido.
Muitos quadrinistas preferem usar outros temas que não os super-heróis, pois parecem muito vinculados a grandes editoras estadunidenses que dominam o mercado.
E já teve quem chamou de ufanismo criar um super com imagem brasileira, parece que brasileiro só é patriota na Copa.
Para quem quer crescer no ramo, o mercado americano abriu algumas portas. Mike Deodato, Roger Cruz, Daniel HDR e outros fizeram nome.
Então não tem histórias de supers no brasil? Apesar dos problemas, há sim!
A verdade é que já teve muitos heróis brazucas lançados no passado e até hoje. A década de 60 foi muito produtiva com vários lançamentos, alguns duraram anos, meses, lançados ocasionalmente conforme a disponibilidade da editora, criadores e seu alcance, mas que marcaram presença.
Capitão 7, Começou com um ator da Record (Daí o 7) e passou pros quadrinhos. Parecia o Flash Gordon e virou um Super-Homem.
Raio Negro, da década de 60, baseado no Lanterna Verde da Era de Prata com o visual do Ciclope do X-Men.
Raio Negro, da década de 60, baseado no Lanterna Verde da Era de Prata com o visual do Ciclope do X-Men.
O Judoka, também da década de 60.
Velta, desde 70 esta heroína atrai fãs.
E outros mais atuais como Cometa, Necronauta, Lagarto Negro e vários que circulam em fanzines e na internet. Se juntassem todas essa galera num universo único, bateria de frente facilmente com os grandes grupos americanos.
Tá, tem personagens baseados nas criações americanas, não dá pra escapar sempre das imitações. Mas sendo justo também, creio que alguns casos se trata de uma semelhança de paradigma.
Se um autor quer uma história com um humano comum que patrulha sua cidade violenta a noite, pode-se esperar que ele talvez usasse preto, seja bom de briga ou tenha recursos, apetrechos ou armas (Batman ou Justiceiro?).
Às vezes é só uma questão de quem chegou primeiro.
Acredito que já um grande mérito desses autores fazerem uma história bem ambientada no Brasil sem parecer um filme de Hollywood.
Alex Mir criou os “Defensores da Pátria” publicado de forma independente e recebeu ótimas críticas pela caracterização dos personagens.
E há aqueles, como Darlei Nunez, que só expõe seus trabalhos na web.
Um bom exemplo de aventura no Rio aproveitando acontecimentos atuais.
Este autor já chegou a reunir todos os personagens já mostrados numa Liga da Justiça brasileira. Foi divertido ver e imaginar esse grupo aparecendo periodicamente.
Há novas oportunidades para quem fazer quadrinhos de super-heróis ou o que for, porém tem ainda que andar muito para haver um mercado periódico que valorize o quadrinista daqui.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mike_Deodato_Jr.
Puta que pariu Rogerio que postagem daora!!!! Sou um consumidor dos quadrinhos americanos, mas não sabia afundo do porque dos quadrinhos brasileiros (na lingua super-herois) nunca deu certo!!
ResponderExcluirValeu Rogerio por nos enriquecer com seu conhecimento!!
Realmente uma excelente postagem, li duas vezes pois não conhecia os personagens, muito menos estas alternativas de trabalho nacional. Inclusive vou procurar algumas coisas pela Web. Obrigado Rogério.
ResponderExcluirValeu pelos cometários, gostei de fazer a postagem.
ResponderExcluirSó não sei porque as letras ficaram com diferença, algumas até bem pequenas.
Para quem quiser saber mais este blog ajuda pois já tem um catalogo de quase todas as figuras que já figuraram uma revista por aqui.
http://hqquadrinhos.blogspot.com.br/
O brasil já é cheio de artistas e bons personagens, só faltou um bom meio de distribuição.
Otima postagem Rogerio, eu nem sabia que existia quadrinhos de super-herois brasileiros, até ja tinha ouvido falar da velta, mas pensava que era arte dos norte americanos, é bom saber que tem uns guerreiros por ai fazendo arte no Brasil.
ResponderExcluirParabéns brother, otima postagem!
ResponderExcluirValeu, queria comentar algo assim há um tempo.
ResponderExcluirVejo essa situação como a dominância das grandes editoras junto com o comodismo daqui. Não quero só meter o pau, ainda gosto dos trabalhos da Marvel e DC (bom, nem todos).
Só que personagens como Hulk, Wolverine e Capitão América são mensageiros, que trazem em seus arquétipos uma mensagem de como são, de onde vieram e como fazer uma boa história.
Um desafio é entender esse processo para usar de acordo com as preferências e situações específicas de cada lugar e tempo, sem depender do molde original.
Boa Rogerio, interessante essa observação por que ela tbm se aplica em personagens de RPG, mais ainda se voce joga RPG de Superherois!!!!!
ResponderExcluirBacana Mauricio, é conhecer mais pessoas interessado em valorizar o quadrinho nacional.
ResponderExcluirObrigado e seja bem vindo Mauricio!!!!!!