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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CONTOS DE NINGUÉM por A. Paladino!!! (Parte 1)


Eis que sou Ninguém e ninguém sou eu, tanto faz estar aqui ou acola, pois eu posso estar em qualquer lugar. Minha função? Narrar histórias que já ocorreram ou estão prestes a ocorrer, não importa onde ou quando, por que eu sou Ninguém e ninguém precisa saber.




Ato I:


O Garoto das Baratas.

Em uma cidade super populosa, poluída e desastrosa vivia um rapaz, até então comum como tantos outros.

Cuidava da mãe que mal conseguia comer sozinha, tentava pagar o aluguel e deixar outras contas em dia, à seis anos trabalhava na mesma empresa, tinha uma noiva, tudo tipicamente "normal".
Até que da noite para o dia tudo mudou, sua demissão foi a primeira mudança, sem motivos, sem argumentos, logo em seguida, após uma leve discussão o noivado de tantos anos rompeu-se e pra fechar, sua mãe faleceu. Em menos de uma semana sua vida tornou-se uma queda livre sem para-quedas, o vicio em drogas e álcool tornou-se o consolo mais breve, o cano de escape do "mundo real".
O desespero, solidão, e agonia imperaram em seu espirito, após uma boa garrafa de tequila voltou para casa no ultimo metro, o álcool chacoalhava em seu estomago e neste momento em uma estação qualquer, quando trem passou em um túnel ele cheirou uma carreira. A euforia, sentidos aguçados, olhos dilatados revelou um cenário tenebroso e talvez hilario, as pouquíssimas pessoas dentro do vagão tinham sombras à dançar em suas costas ou acima da cabeça. O rapaz ouvia o eco de sua própria risada, um riso que logo emudeceu.
As sombras eram diferentes, isso era notável, porém o que veio a seguir testou a sanidade do jovem rapaz.
Seus olhos alterados enxergaram algo imergir de umas das sombras, uma dor no peito o tomou, suor frio, o medo, desespero, curiosidade.



A sombra estava no meio do corredor como uma grande mancha negra, e como se fosse uma toca, ou um buraco escuro, de dentro começou a sair uma criatura, dezenas de minúsculas patas, negra, escamosa e um rosto sorridente, um rosto humano. O rapaz correu, seu peito doía, o coração parecia sair pela boca, tremedeira, a criatura que não era maior que o braço de um adulto abriu sua "boco" sorridente e tentáculos serpentearam em direção dele. Suas calças já estavam molhadas nesta altura da situação, as sombras que estavam nas outras pessoas eram criaturas iguais, umas menores outras maiores à que o perseguia, e seus tentáculos estavam enfiados na nuca, ou ouvidos, mas era como se ninguém percebesse ou sentisse nada. A criatura o envolveu, seu corpo, devido ao álcool e drogas seu corpo não respondia, ele gritou, lutou, os tentáculos que saiam daquele rosto cheio de escarnio começaram a perfurar sua pele procurando ossos e órgãos, a dor fulminante no coração o poupou de mais sofrimento e tudo virou trevas...



Fim da parte I...

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