quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Panela velha...por Dani Rissi

Spirit
Prazer, nerdaiada!
Eu sou a mais nova colaboradora deste blog. Não sou jogadora de RPG, mas gosto bastante de nerdices, principalmente seriados e quadrinhos. Aficionada por música, literatura, cinema e filosofia, acho que posso compartilhar minhas experiências e opiniões com vocês.
Achei bastante legal a oportunidade de começar a postar aqui no blog, então lá vamos nós. Espero que gostem, e que venham vários posts pela frente!
Desde já me perdoem a falta de habilidade para manusear o blog, mas com o tempo a gente acerta!

Bem, estava pensando qual o seria o tema da minha primeira postagem, e decidi começar a escrever sobre um clássico, talvez o clássico dos clássicos, para não ter erro. Will Eisner!


Will Eisner
Mestre dos desenhos, Eisner inspirou grandes nomes dos quadrinhos e das graphic novels, inclusive Neil Gaiman, que escreveu a introdução de Nova York, a vida na grande cidade. Em sua introdução, Neil Gaiman deixa bem claro a admiração que sente pelo mestre Will Eisner e a falta que ele faz.

Não são muitos os artistas que conseguem deixar a sua marca pelos anos afora, e que mesmo depois de tanto tempo conseguem inspirar as novas gerações. Eisner conseguiu as duas coisas, para quem gosta de quadrinhos, ele é referência, sem sombra de dúvidas. Foi um revolucionário, e deixou seu legado.
O que me atraiu em seus trabalhos, e que na verdade é necessário a todo tipo de artista, é o seu olhar, sim, seu olhar de observador. Ele era um conhecedor da espécie humana, da miséria humana. Assim como um rapper que escreve sobre a realidade nua e crua do lugar de onde vive, Eisner descreveu a Big Apple como ninguém. Buscou as minúcias, as sutilezas, as entranhas da cidade. Encontramos todos os tipos de pessoas retratadas em seus quadrinhos, e como Nova York é bem parecida com São Paulo, automaticamente assimilamos tudo aquilo.
Parece que a Avenida Dropsie é mais alguma das ruas de sampa, onde vemos cair os bêbados, os tipos renegados e sujos das cidades andarilharem pelas noites sem luar, e amanhecerem invisíveis, e assim permanecerem.
As histórias em sua grande maioria, sombrias, nos mostram o âmago do ser humano, como poucos conseguem, coisa que antes era só para os escritores e os quadrinistas não costumavam se aventurar.

Claro que não poderia deixar de falar de seu grande trabalho, The Spirit. Denny Colt é um policial considerado morto pela sociedade e se mascara para proteger os habitantes da cidade de Central City. O cais do porto é o seu cenário predileto. As ruas escuras e as casas sombrias são seu lar. Aventura e perigo são seus companheiros.

Eisner desenhou até sua morte. E como prova se sua extrema importância para o mundo dos quadrinhos em 1988, foi criado o Prêmio Will Eisner, batizado em sua homenagem para premiar autores e obras de quadrinhos.


3 comentários:

  1. Gostei muito da postagem, tá bastante elaborada e bem explicada. Destruiu qualquer coisa que eu já escrevi por aqui, hahahaha. Eu fiquei curioso agora, além do Spirit, quais outros quadrinhos o senhor Eisner escreveu?Vou começar a dar uma pesquisada melhor sobre ele!

    ResponderExcluir
  2. Muito obrigada! Bem, vamos lá: Avenida Dropsie, O Complô, Fagin - o judeu, Ao Coração da Tempestade, Nova York, O Sonhador. Esses são os mais famosos. E tem um que ele discute a criação de graphic novels, pra quem desenha é muito interessante, se chama Narrativas Gráficas - Princípios e Práticas da lenda dos quadrinhos.

    ResponderExcluir
  3. Já li o livro de Eisner sobre narrativa nos quadrinhos, muito bom, já explicava as minucias que muitos criadores de quadrinhos ignoram ou usam de forma intuitiva sem ter uma base explicativa.

    Gosto de uma parte em que ele explica como cada pessoa pode imaginar uma cena de forma pessoal mesmo que ele seja descrita do mesmo jeito para todos. Ele usou isso pra demosntrar como os quadrinhos são um meio que mostram o que as pessoas devem ver (ou imaginar) na história.

    Isto me vez pensar que no Rpg tinha esse problema, o mestre podia descrever a cena como que fosse, mas às vezes por uma diferença na forma de imaginar a cena surgiam problemas.

    ResponderExcluir